quarta-feira, 19 de agosto de 2009

POEMA XVII - Pablo Neruda

Não te amo como se fosses rosa de sal, topazio ou flecha de cravos que propagam o fogo: te amo como se amam certas coisas escuras, secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva dentro de si, escondida, a luz daquelas flores, e graças a teu amor vive obscuro em meu corpo o apertado aroma que nasceu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem de onde, te amo diretamente sem problemas nem orgulho: assim te amo porque não sei te amar de outra maneira, senão assim deste modo em que não sou nem és, tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se cerram teus olhos com meu sono.

Pablo Neruda - Cem Sonetos de Amor

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