sexta-feira, 6 de junho de 2008

ESPERAR...

I Don't Want To Wait (tradução)
Paula Cole
Composição: Indisponível

Eu não quero esperar

Então abra sua luz matinal,
E faça uma pequena oração por mim.
Você sabe que se fomos feitos para ficarmos vivos,
Então veremos a paz em cada olhar.

Ela teve dois bebês.
Um tinha seis meses, o outro 3 anos.
Na guerra de 1944,
Cada toque do telefone, cada batida de coração pungindo
Quando ela pensava que era deus chamando-a...
Oh, seu filho cresceria para conhecer seu pai?

Eu não quero esperar nossas vidas terminarem,
Eu quero saber agora mesmo o que acontecerá.
Eu não quero esperar nossas vidas terminarem,
Será "sim" ou será "sinto muito..."?

Ele apareceu todo molhado no chuvoso degrau da frente,
Vestindo estilhaços de projéteis em sua pele
E a guerra que ele viu, vive dentro dele ainda
É tão difícil ser gentil e cordial,
Os anos passam e agora ele tem netas...

Você olha prá mim do outro lado da sala,
Você está vestindo sua angústia novamente.
Acredite em mim, conheço o sentimento,
Ele suga você para dentro das mandíbulas da raiva.

Então respire um pouco mais profundamente, meu amor
Tudo que possuímos é este exato momento.
E eu não quero fazer aquilo que o pai dele,
E o pai dele, e o pai dele fizeram
Eu quero estar aqui, agora...

Então abra sua luz matinal
E faça uma pequena oração por mim.
Você sabe que se fomos feitos para ficarmos vivos,
Então veremos o amor em cada olhar.

Sabe aquela máxima: Amanhã pode ser tarde demais? Então...
CARPE DIEM

domingo, 1 de junho de 2008

A ÚLTIMA VIAGEM DE TÁXI.

Houve um tempo em que eu ganhava a vida como motorista de taxi. Os passageiros embarcavam totalmente anônimos. E, as vezes, me contavam episódios de suas vidas, suas alegrias e suas tristezas.
Encontrei pessoas que me surpreendedram.
MAS, NENHUMA como aquela da noite de 25 para 26 de Julho do último ano em que trabalhei na praça.
Havia recebido já tarde da noite uma chamada vinda de um pequeno prédiode tijolinhos, em uma rua trânqüila do subúrbio de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.
Quando eu cheguei, ouvia cachorros latindo longe. O prédio estava escuro, com exceção de uma única lâmpada acessa numa janela do térreo.
"E nestas circunstâncias, outros teriam buzinado duas ou três vezes, esperariam só um pouco e, então iriam embora."
Mas, eu sabia que muitas pessoas dependiam de taxis como único meio de transporte a tal hora. A não ser, portanto, que a situação fosse claramente perigosa, eu sempre esperava.
"Este passageiro pode ser alguém que necessita de ajuda", pensei.
Assim, fui até a porta e bati.
"Um minutinho", respondeu uma voz débil e idosa. Ouvi alguma coisa ser arrastada pelo chão...
Depois de uma pausa longa, a porta abriu-se.
Vi-me então diante de uma senhora bem idosa, pequenina e de frágil aparência.
Usava um vestido estampado e um chapéu bizarro, daqueles usados pelas senhoras idosas dos filmes da década de 40! E se equilibrava numa bengala, enquanto segurava com dificuldade uma pequena mala.
Da casa dava para ver que a mobília estava coberta com lençóis.
Não havia relógios, roupas ou adornos sobre os móveis. Num canto jazia uma caixa aberta com fotografias e vidros.
A velha senhora, esboçando um tímido sorriso de quem havia já perdido todos os dentes, pediu-me:
- "O senhor poderia me ajudar com a mala?".
Eu peguei a mala e ajudei-a a caminhar lentamente até o carro. E enquanto se acomodava ela ficou me agradecendo.
- "Não é nada, apenas procuro tratar meus passageiros do jeito que gostaria que tratassem minha velha mãe".
- "Oh! Você é um bom rapaz!".
Quando embarcamos, deu-me um endereço e pediu:
- "O senhor poderia ir pelo centro da cidade?".
- "Este não é o trajeto mais curto", alertei-a prontamente.
- "Eu não me importo. Não estou com pressa. Meu destino é o último, o asilo dos velhos".
Surpreso, eu olhei pelo retrovisor.
Os olhos da velhinha brilhavam marejados.
- "Eu não tenho mais família e o médico me disse que tenho muito pouco tempo de vida".
Disfarçadamente desliguei o taxímetro e perguntei:
- "Qual o caminho que a senhora deseja que eu tome/".
Nas horas seguintes nos dirigimos por toda a cidade. Ela mostrou-me o edifício na Praça 7 em que havia, em certa ocasião, trabalhado como ascensorista.
Nõs passamos pelas cercanias em que ela e o esposo tinham vivido como recém-casados.
E também pela Igrejinha de São Francisco na Pampulha, onde comemoraram Bodas de Ouro.
Ela pediu-me que passasse em frente a uma loja de móveis na região da Praça da Liberdade, que havia sido um grande salão de dança que ela frequentara como mocinha.
De vez em quando, pedia-me para dirigir vagarosamente em frente a um edifício ou esquina.
Era quando ficava então com os olhos fixos na escuridão sem dizer nada.
E olhava, olhava e suspirava...
E assim rodamos a noite inteira.
Quando o primeiro rio de sol surgiu no horizonte, ela disse de repente:
- "Estou cansada e pronta. Vamos agora!"
Seguimos então em silêncio, para o endereço que ela havia me dado.
Dois atendentes caminharam até o taxi, assim que paramos. Eram amáveis e atentos os rapazes, e logo se acercaram da velha senhora, a quem pareciam esperar.
Eu abri o porta-malas do carro e levei a pequena valise até a porta. A senhora, já sentada em uma cadeira de rodas, perguntou-me então pelo custo da corrida.
- "Quanto lhe devo"? Ela perguntou, pegando a bolsa.
- "Nada", eu disse.
- "Você tem que ganhar a vida, meu jovem".
- "Há outros passageiros", respondi.
Quase se pensar, curvei-me e dei-lhe um abraço. Ela me envolveu comovidamente e devolveu-me com um beijo afetuoso e repleto da mais pura e genuína gratidão e disse:
- "Você deu a esta velhinha bons momentos de alegria, como muito não tinha há tanto tempo"
"Só Deus é quem sabe o quanto você fez por mim. Obrigado MEU AMIGO! Mil vezes, obriagada".
Apertei sua mão pela última vez e caminhei no lusco-fusco da alvorada sem olhar para trás, pois, as lágrimas corriam-me abundantes pela face.
Atrás de mim uma porta foi fechada.
Era o som do término de uma vida...
Naquele dia não peguei mais passageiros.
Dirigi sem rumo, perdido nos meus pensamentos.
Mal podia falar.
Dois dias depois, tomei coragem e voltei no asilo para ver como estava a minha nova amiga. Me disseram, então, que naquela noite anteior adormecera para sempre, em paz e feliz.
E fiquei a pensar, se a velhinha tivesse pego um motorista mal-educado e raivoso...
Ou então, algum que estivesse ansioso para terminar o turno.
Oh, Deus! E se eu houvesse recusado a corrida?
Ou tivesse buzinado uma vez e ido embora?
Ao relembrar, creio que eu jamais tenha feito algo mais importante na minha vida até então.
Em geral nos condicionamos a pensar que nossas vidas giram em torno de grandes momentos.Todavia, os GRANDES MOMENTOS frequentemente nos pegam desprevinidos, e ficam guardados em recantos que quase todo mundo considera sem importância. Quando nos damos conta, já passou.

Evoluindo


Sim, é pra frente... que se olha, que se anda!
Queria dizer mais sobre isso...
Estou muito feliz!!!!!!!!!!!!!!!!!!!